Tempo
Rita Ibarra
Tempo ou melhor falta de
tempo. Quantas vezes ouve-se “falar o tempo é curto...”; “não vai dar tempo...”;
“É pouco tempo...”; “não tenho tempo...”.
São raras, quase mesmo em
extinção as pessoas que têm tempo, seja para ouvir, falar, fazer, divertir-se
ou dedicar-se ao dolce far niente[i]
Será que o tempo ficou
mais curto? Será que houve uma mudança na quantidade de horas do dia? Será que
elas passam mais depressa hoje?
O que mudou é como se olha
para o tempo. Ainda há a influência de como se entende o tempo nas mais
diversas fases da vida, a criança sempre tem tempo, o jovem sempre tem pressa, apesar
de ter um tempo infinito, o adulto corre atrás do tempo e idoso percebe que o
tempo é sempre insuficiente...
Há poucos anos atrás
muitas das ferramentas tecnológicas que se utilizam não existiam e tudo era
mais demorado, a pesquisa, pois demandava leituras densas e extensas, em
livros, muitas vezes, mais antigos, com linguagem mais difícil, vocabulário
refinado, que direcionava para o dicionário e para um aprendizado mais lento e,
por isso mesmo melhor absorvido, entendido e interiorizado pelo aprendiz.
Agora vive-se a euforia do
real time, do ao vivo, do
acontecimento que se estende ao longo do dia e que gera a necessidade de sempre
saber mais, de saber tudo o que acontece no momento.
A pergunta que surge é: se
o tempo é o mesmo de sempre, isto é, 1 dia, com 24 horas, horas com 60 minutos
e minutos com 60 segundos, por que, as pessoas do passado recente tinham mais
tempo que as de hoje?
O modo de vida da
sociedade contemporânea tem sua responsabilidade, mas será as pessoas também
ajudam este processo?
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