sábado, 23 de agosto de 2014

Reflexões

Tempo
Rita Ibarra

Tempo ou melhor falta de tempo. Quantas vezes ouve-se “falar o tempo é curto...”; “não vai dar tempo...”; “É pouco tempo...”; “não tenho tempo...”.

São raras, quase mesmo em extinção as pessoas que têm tempo, seja para ouvir, falar, fazer, divertir-se ou dedicar-se ao dolce far niente[i]

Será que o tempo ficou mais curto? Será que houve uma mudança na quantidade de horas do dia? Será que elas passam mais depressa hoje?

O que mudou é como se olha para o tempo. Ainda há a influência de como se entende o tempo nas mais diversas fases da vida, a criança sempre tem tempo, o jovem sempre tem pressa, apesar de ter um tempo infinito, o adulto corre atrás do tempo e idoso percebe que o tempo é sempre insuficiente...

Há poucos anos atrás muitas das ferramentas tecnológicas que se utilizam não existiam e tudo era mais demorado, a pesquisa, pois demandava leituras densas e extensas, em livros, muitas vezes, mais antigos, com linguagem mais difícil, vocabulário refinado, que direcionava para o dicionário e para um aprendizado mais lento e, por isso mesmo melhor absorvido, entendido e interiorizado pelo aprendiz.

Agora vive-se a euforia do real time, do ao vivo, do acontecimento que se estende ao longo do dia e que gera a necessidade de sempre saber mais, de saber tudo o que acontece no momento.

A pergunta que surge é: se o tempo é o mesmo de sempre, isto é, 1 dia, com 24 horas, horas com 60 minutos e minutos com 60 segundos, por que, as pessoas do passado recente tinham mais tempo que as de hoje?

O modo de vida da sociedade contemporânea tem sua responsabilidade, mas será as pessoas também ajudam este processo?



[i] Não fazer nada

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